domingo, 23 de janeiro de 2011

os nativos

OS NATIVOS

"Em toda esta província há muitas nações de diferentes línguas, porém uma é principal que compreende algumas dez nações de índios: estes vivem na costa do mar e em uma grande corda do sertão, porém são todos estes de uma só língua (...) os primeiros desta língua se chamam Potiguaras, senhores da Paraíba, 30 léguas de Pernambuco, senhores do melhor pau do Brasil e grandes amigos dos Franceses, e com eles contrataram até agora, casando com eles suas filhas; mas agora na era de 84 foi a Paraíba tomada por Diogo Flores, General de Sua Majestade, botando os Franceses fora, e deixou um forte com cem soldados, afora os portugueses, que também têm seu Capitão e Governador Frutuoso Barbosa (...). Perto destes vivia grande multidão de gentio que chamavam "Viatã", destes já não há nenhun, porque sendo eles amigos dos Potiguaras e parentes, os portugueses os fizeram entre si inimigos, dando-lhos a comer, para que desta maneira lhes pudesse fazer guerra e tê-los por escravos (...) e os cativaram e mandaram barcos cheios a vender a outras capitanias." - - - (extraído do texto "Tratados da terra e gente do Brasil, p201-202", escrito entre 1583 e 1601 pelo Padre Jesuíta Fernão Cardim nos anos seguintes à sua chegada ao Brasil, quando desempenhou o cargo de secretário do Padre Visitador Cristóvão de Gouveia).

Os índios potiguaras (potiguar/pitiguar, na língua tupi pode ser traduzido como comedor de camarão) eram os primitivos habitantes do litoral da Paraíba na época do descobrimento do Brasil. Viviam desde o delta do Rio Paraíba[1] até a Baía da Traição e terras para leste subindo o rio Mamanguape até a Serra do Copaoba (região dos atuais municípios de Caiçara, Belém, Serra da Raiz e Pirpirituba) e parte do vizinho estado do Rio Grande do Norte. Eram guerreiros muito ferozes que mantinham o hábito de, após as batalhas, assar e comer os inimigos capturados, o que aterrorizou sobremaneira os portugueses. Conviviam bem com franceses e holandeses que aportavam a costa paraibana porque esses mantinham apenas uma relação mercantilista. Ao contrário, odiavam os portugueses porque a produção do açúcar no nordeste (principal fonte econômica da colônia) exigia muita mão de obra escrava. Então os portugueses aprisionavam indígenas para suprir a falta de escravos. Resistiram bravamente durante mais de uma década às forças portuguesas para a fundação da cidade. Após a derrota para a aliança entre portugueses e tabajaras eles foram quase exterminados por sucessivos ataques de varíola, a partir de 1597, quando, gradualmente, se retiraram para o Ceará e interior do Maranhão. Hoje, na Paraíba, existem 29 aldeias potiguaras[2], perfazendo acima de 13.500 índios (2007) distribuídos nos municípios de Baía da Traição, Marcação e Rio Tinto. Existem, ainda, grupos remanescentes no interior do Ceará.

Os índios tabajaras, "... oriundos da bacia do Rio São Francisco, chegaram em 1584 após batalhas e perseguições sofridas por aquelas bandas," cf José Octávio de Arruda Mello em sua "História da Paraíba - Lutas e Resistência". Os tabajaras tinham uma certa experiência no convívio com os portugueses desde quando, na Capitania da Bahia, lhes auxiliaram em lutas e até mesmo na captura de outros indígenas para trabalhos forçados. Mas era uma relação do tipo "um olho no gato e outro no peixe" pois também tiveram muitos da sua tribo capturados e mortos pelos "perós", como os chamavam. Em 1585 entraram em desentendimento com os potiguaras. O fato ensejou um acordo de Piragibe (Braço de Peixe), principal dos tabajaras, com o capitão João Tavares, possibilitando a união de forças que resultariam na derrota dos potiguaras e a tomada do seu território. Ao se estabelecerem na região, ocuparam todo o baixio da margem direita do Rio Sanhauá, onde atualmente está o bairro da Ilha do Bispo. Hoje, na Paraíba, encontram-se alguns descendentes em grupos sem qualquer identidade nos municípios de Alhandra, Conde, Gramame e Santa Rita.

Os índios tarairiús se agrupavam em 22 grandes tribos no interior do Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba. Segundo José Elias Borges Barbosa (professor da UFPB e membro do IHGP), "...para a conquista do sertão os portugueses foram invadindo as terras ocupadas pelos tarairiús. A guerra contra os tarairiús começou nos anos 1630 e se estendeu até 1730, uma guerra de cem anos. Foi a maior guerra indígena do Brasil. Como eles estiveram ao lado dos holandeses nas batalhas contra os portugueses foram praticamente execrados, considerados selvagens e foram desprezados." Que se saiba, existem, ainda, cerca de 3.000 índios tarairiús em Pernambuco, na serra de Ororubá, próximo à cidade de Pesqueira, com o nome de Sucurus ou Xucurus. São remanescentes das tribos da Paraíba e Rio Grande do Norte.

NOTAS
[1]
O nome Paraíba vem do tupi par'a'iwa e significa rio de águas ruins.

[2]
Além dessas aldeias existem outros povoados que não possuem representantes e são representados pelo líder da aldeia mais próxima.
Para saber mais sobre os potiguaras da Paraíba veja...



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BIBLIOGRAFIA:
BORGES, José Elias - Indígenas da Paraíba
João Pessoa.Sec.Educ.Cultura.1984

MELLO, José Octávio de Arruda - História da Paraíba: lutas e resistência
João Pessoa.A União.1994

MOONEN, Franz - Os índios potiguaras da Paraíba
João Pessoa.NUPPO/UFPB.1982

OS NOMES

OS NOMES
1585
Cidade Real de Nossa Senhora das Neves, foi o nome escolhido quando da sua fundação, no dia 5 de agosto, em homenagem ao santo do dia.
1588Filipéia de Nossa Senhora das Neves em homenagem ao Rei Filipe II da Espanha, durante o período em que a Coroa Portuguesa foi incorporada à Coroa Espanhola (União Ibérica 1580-1640).
1634
Friederickstadt (Cidade de Frederico) ou Frederica em homenagem ao príncipe de Orange, Frederico Henrique de Nassau, durante os 20 anos de ocupação holandesa no nordeste brasileiro.
1654
Cidade da Parahyba ao iniciar o período de restauração após a expulsão dos holandeses do nordeste brasileiro.
1930
João Pessoa numa homenagem ao político João Pessoa de Albuquerque, paraibano de Umbuzeiro, então presidente do Estado da Paraíba, assassinado na cidade de Recife em julho de 1930.

NOTAS
Filipéia x Felipéia - o nome Filipe (em espanhol) é grafado como Felipe na língua portuguesa. Daí encontrarmos, em alguns documentos, o nome da cidade grafado, também, como Felipéia.
A morte de João Pessoa é considerada o estopim da Revolução de 1930. Entretanto, para muitos, o fato não teve motivação política, porquanto o advogado João Dantas, o assassino, tivera seu escritório invadido pela tropas governamentais e que estas, conforme jornais da época, vazaram para a imprensa local as suas cartas amorosas de um romance com a professora Anayde Beiriz. Nada se provou, até agora, se a invasão fôra ordenada diretamente pelo Presidente ou por servidores a si mais aproximados, no intuito de municia-lo. Há, inclusive, quem afirme que essas cartas jamais existiram posto que jamais foram encontradas. Para a história só ficou o que foi noticiado nos jornais.

BIBLIOGRAFIA:
ALMEIDA, Horácio de - História da Paraíba
João Pessoa.Imprensa Universitária.1966

MELLO, José Octávio de Arruda - História da Paraíba: Lutas e Resistência
João Pessoa.A União.2002.7ª Edição

a conquista do território

A CONQUISTA DO TERRITÓRIO
À época do descobrimento do Brasil a Coroa Portuguesa mantinha um grande e rentável comércio de especiarias com as Índias. Esse comércio desmotivou Portugal a explorar economicamente as riquezas brasileiras até a metade do século XVI, porquanto aqui não encontraram, de início, nem o ouro nem a prata tão valiosos no mercado europeu. Nesse período, piratas navegantes franceses frequentavam o nordeste brasileiro e se davam muito bem com os nativos: trocavam quinquilharias pelo pau-brasil de cuja casca extraiam um pigmento vermelho muito utilizado para colorir tecidos em toda a Europa.
No início de 1574 a jovem filha de Iniguaçu, chefe potiguara, foi aprisionada pelo proprietário do engenho Tracunhaém na capitania de Itamaracá, hoje pertencente ao município de Goiana, em Pernambuco. Os potiguaras, por vingança e insuflados pelos franceses, atacaram e incendiaram o engenho, matando todos os moradores, ato que ficou conhecido como "a chacina de Tracunhaém". O incidente urgiu Portugal para a necessidade de maior controle da região, visando extinguir a presença de franceses em nosso litoral e evitar, no futuro, qualquer possibilidade de ataque indígena à Vila de Olinda e engenhos da região. Em resumo, tornou-se urgente garantir o monopólio do açúcar e o poder econômico da Capitania de Pernambuco, principal centro produtivo da colônia, como também iniciar o avanço sobre as terras ao norte.
Assim, no mesmo ano de 1574, o jovem Rei D. Sebastião resolveu desmembrar a Capitania de Itamaracá, criando a Capitania Real da Paraíba a partir de Igarassu, no sentido norte, até a Baía da Traição. Ocorre que grande parte dessa área era habitada pelos índios potiguaras, povo de índole guerreira, e isso foi um complicador que atrasou em 11 anos a conquista do território. Somente após 5 expedições, e com o apoio dos índios tabajaras, os portugueses conseguiram derrotar os potiguaras, expulsar os franceses e fundar a Cidade Real de Nossa Senhora das Neves[1] no dia 05 de agosto de 1585. A Cidade de Nossa Senhora das Neves foi a terceira cidade fundada no Brasil do século XVI (1501-1600) após Salvador (1549) e Rio de Janeiro em 1565. Apesar de derrotados os valentes potiguaras continuaram a infernizar a vida dos habitantes da cidade até 1599 quando, já sem apoio dos franceses que lhes forneciam suprimentos e sob uma epidemia arrasadora de varíola trazida pelos colonos europeus, foram pressionados a assinar a paz com o governador Feliciano Coelho de Carvalho e se retiraram para o norte.
O marco zero de fundação da cidade foi escolhido 18 Km acima da embocadura do Rio Paraíba, numa colina Vista parcial do centro histórico de João Pessoa que domina todo o atracadouro na margem direita do Rio Sanhauá, afluente do Paraíba. Além do cuidado com a defesa da povoação o local visava facilitar o comércio e o apoio militar à vizinha Capitania de Pernambuco. A povoação, por estar sob domínio da União Ibérica[2] desde 1580, teve as primeiras ruas edificadas dentro de uma geometria de traçados regulares, como vemos na gravura abaixo, obedecendo aos padrões encontrados nas demais colônias espanholas do continente americano, o que diferia das povoações fundadas pelos portugueses.
Aos interessados em saber detalhes sobre a saga da fundação da cidade, disponibilizamos o "Sumário das Armadas", documento com 50 páginas apresentado à Corte de Filipe II pelo jesuíta Cristovam de Gouvea, Padre Visitador da Companhia de Jesus de toda a Província do Brasil. O documento é uma verdadeira certidão de nascimento da cidade.

A partir do atracadouro (embaixo à direita) temos um aclive em direção à Ladeira de São Francisco que foi a primeira rua da povoação e servia como acesso ao largo formado pela Igreja Matriz (M), Convento de Santo Antônio (L), Mosteiro de São Bento (G) e Igreja da Misericórdia (N).
Gravura de João Teixeira Albernaz I que ilustra o "Livro que Dá Razão do Estado do Brasil" (Diogo Moreno, 1612)


Como já foi dito acima, a cidade foi fundada eminentemente com cunho administrativo-militar para apoio ao pólo econômico gerado pela riqueza da cana-de-açúcar na Capitania de Pernambuco e garantia das terras do norte. A característica de séde administrativa foi fator preponderante para que a cidade permanecesse, durante muito tempo, sem alterações estruturais exceto pelas igrejas, conventos e fortificações militares que simbolizavam o domínio da Casa Imperial. A cidade manteve essa característica durante todo o Brasil colônia e império, razão pela qual a pecha de "cidade de funcionários públicos" perdurou até a metade do século XX, com a implantação de indústrias através da SUDENE, órgão governamental criado para fomentar o desenvolvimento regional.

NOTAS
Não sou professor de história, nem historiador. Apenas gosto de ler e gosto de história. Inicialmente eu pretendia contar sobre a conquista do território e a fundação da cidade. Entretanto, após visitas à Biblioteca Pública Estadual, Instituto Histórico e Geográfico Paraibano, bem como a leitura de livros adquiridos - e por empréstimo - cada página analisada tem sido um estímulo à busca por mais informações, culminando com a leitura do material disponibilizado na WEB, cuja riqueza de dados e pluralidade de documentos têm me auxiliado sobremaneira. Minha prioridade tem sido, sobretudo, concatenar os dados das várias fontes pesquisadas e procurar evitar contradições que, não raro, ocorrem dependendo da visão de quem escreve.

[1]
O uso da palavra "Real" aplicado à capitania e à cidade caracterizava o controle administrativo-militar e os investimentos como responsabilidade direta da Coroa Portuguesa, ao contrário das demais capitanias onde os donatários bancavam e assumiam os riscos da empreitada.
[2]
D. Sebastião foi o décimo-sexto rei da segunda dinastia de Portugal. Morreu em 1578, aos 24 anos e não deixou herdeiros. Assumiu seu tio-avô, o Cardeal D. Henrique que morreu em 1580. Sem herdeiro direto à sucessão, havia 3 netos do falecido D. Manoel I concorrendo ao trono português: Catarina (Duquesa de Bragança), Antônio (Prior do Crato) e Filipe de Habsburgo (Filipe II da Espanha). # Graças a muitas conspirações e ao poderio político-militar espanhol, Filipe II da Espanha tornou-se Felipe I de Portugal, unindo os dois reinos sob o Império da União Ibérica (1580-1640).

Texto pesquizado no paraibanos.com

A CONQUISTA DO TERRITÓRIO
À época do descobrimento do Brasil a Coroa Portuguesa mantinha um grande e rentável comércio de especiarias com as Índias. Esse comércio desmotivou Portugal a explorar economicamente as riquezas brasileiras até a metade do século XVI, porquanto aqui não encontraram, de início, nem o ouro nem a prata tão valiosos no mercado europeu. Nesse período, piratas navegantes franceses frequentavam o nordeste brasileiro e se davam muito bem com os nativos: trocavam quinquilharias pelo pau-brasil de cuja casca extraiam um pigmento vermelho muito utilizado para colorir tecidos em toda a Europa.
No início de 1574 a jovem filha de Iniguaçu, chefe potiguara, foi aprisionada pelo proprietário do engenho Tracunhaém na capitania de Itamaracá, hoje pertencente ao município de Goiana, em Pernambuco. Os potiguaras, por vingança e insuflados pelos franceses, atacaram e incendiaram o engenho, matando todos os moradores, ato que ficou conhecido como "a chacina de Tracunhaém". O incidente urgiu Portugal para a necessidade de maior controle da região, visando extinguir a presença de franceses em nosso litoral e evitar, no futuro, qualquer possibilidade de ataque indígena à Vila de Olinda e engenhos da região. Em resumo, tornou-se urgente garantir o monopólio do açúcar e o poder econômico da Capitania de Pernambuco, principal centro produtivo da colônia, como também iniciar o avanço sobre as terras ao norte.
Assim, no mesmo ano de 1574, o jovem Rei D. Sebastião resolveu desmembrar a Capitania de Itamaracá, criando a Capitania Real da Paraíba a partir de Igarassu, no sentido norte, até a Baía da Traição. Ocorre que grande parte dessa área era habitada pelos índios potiguaras, povo de índole guerreira, e isso foi um complicador que atrasou em 11 anos a conquista do território. Somente após 5 expedições, e com o apoio dos índios tabajaras, os portugueses conseguiram derrotar os potiguaras, expulsar os franceses e fundar a Cidade Real de Nossa Senhora das Neves[1] no dia 05 de agosto de 1585. A Cidade de Nossa Senhora das Neves foi a terceira cidade fundada no Brasil do século XVI (1501-1600) após Salvador (1549) e Rio de Janeiro em 1565. Apesar de derrotados os valentes potiguaras continuaram a infernizar a vida dos habitantes da cidade até 1599 quando, já sem apoio dos franceses que lhes forneciam suprimentos e sob uma epidemia arrasadora de varíola trazida pelos colonos europeus, foram pressionados a assinar a paz com o governador Feliciano Coelho de Carvalho e se retiraram para o norte.
O marco zero de fundação da cidade foi escolhido 18 Km acima da embocadura do Rio Paraíba, numa colina Vista parcial do centro histórico de João Pessoa que domina todo o atracadouro na margem direita do Rio Sanhauá, afluente do Paraíba. Além do cuidado com a defesa da povoação o local visava facilitar o comércio e o apoio militar à vizinha Capitania de Pernambuco. A povoação, por estar sob domínio da União Ibérica[2] desde 1580, teve as primeiras ruas edificadas dentro de uma geometria de traçados regulares, como vemos na gravura abaixo, obedecendo aos padrões encontrados nas demais colônias espanholas do continente americano, o que diferia das povoações fundadas pelos portugueses.
Aos interessados em saber detalhes sobre a saga da fundação da cidade, disponibilizamos o "Sumário das Armadas", documento com 50 páginas apresentado à Corte de Filipe II pelo jesuíta Cristovam de Gouvea, Padre Visitador da Companhia de Jesus de toda a Província do Brasil. O documento é uma verdadeira certidão de nascimento da cidade.

A partir do atracadouro (embaixo à direita) temos um aclive em direção à Ladeira de São Francisco que foi a primeira rua da povoação e servia como acesso ao largo formado pela Igreja Matriz (M), Convento de Santo Antônio (L), Mosteiro de São Bento (G) e Igreja da Misericórdia (N).
Gravura de João Teixeira Albernaz I que ilustra o "Livro que Dá Razão do Estado do Brasil" (Diogo Moreno, 1612)


Como já foi dito acima, a cidade foi fundada eminentemente com cunho administrativo-militar para apoio ao pólo econômico gerado pela riqueza da cana-de-açúcar na Capitania de Pernambuco e garantia das terras do norte. A característica de séde administrativa foi fator preponderante para que a cidade permanecesse, durante muito tempo, sem alterações estruturais exceto pelas igrejas, conventos e fortificações militares que simbolizavam o domínio da Casa Imperial. A cidade manteve essa característica durante todo o Brasil colônia e império, razão pela qual a pecha de "cidade de funcionários públicos" perdurou até a metade do século XX, com a implantação de indústrias através da SUDENE, órgão governamental criado para fomentar o desenvolvimento regional.

NOTAS
Não sou professor de história, nem historiador. Apenas gosto de ler e gosto de história. Inicialmente eu pretendia contar sobre a conquista do território e a fundação da cidade. Entretanto, após visitas à Biblioteca Pública Estadual, Instituto Histórico e Geográfico Paraibano, bem como a leitura de livros adquiridos - e por empréstimo - cada página analisada tem sido um estímulo à busca por mais informações, culminando com a leitura do material disponibilizado na WEB, cuja riqueza de dados e pluralidade de documentos têm me auxiliado sobremaneira. Minha prioridade tem sido, sobretudo, concatenar os dados das várias fontes pesquisadas e procurar evitar contradições que, não raro, ocorrem dependendo da visão de quem escreve.

[1]
O uso da palavra "Real" aplicado à capitania e à cidade caracterizava o controle administrativo-militar e os investimentos como responsabilidade direta da Coroa Portuguesa, ao contrário das demais capitanias onde os donatários bancavam e assumiam os riscos da empreitada.
[2]
D. Sebastião foi o décimo-sexto rei da segunda dinastia de Portugal. Morreu em 1578, aos 24 anos e não deixou herdeiros. Assumiu seu tio-avô, o Cardeal D. Henrique que morreu em 1580. Sem herdeiro direto à sucessão, havia 3 netos do falecido D. Manoel I concorrendo ao trono português: Catarina (Duquesa de Bragança), Antônio (Prior do Crato) e Filipe de Habsburgo (Filipe II da Espanha). # Graças a muitas conspirações e ao poderio político-militar espanhol, Filipe II da Espanha tornou-se Felipe I de Portugal, unindo os dois reinos sob o Império da União Ibérica (1580-1640).

Texto pesquizado no paraibanos.com